domingo, 28 de outubro de 2007

TROCANDO EXPERIÊNCIAS

PRÓ-LETRAMENTO RIO DE JANEIRO
RELATO DE EXPERIÊNCIA DA CURSISTA
MUNICÍPIO DE AREAL -RJ

Cursista: Daiane de Araújo Carvalho

PROJETO: INTERTEXTUALIDADE

A HISTÓRIA?! DEIXA-ME CONTAR A MINHA VERSÃO!

JUSTIFICATIVA

Este projeto surgiu da necessidade de desenvolver nos alunos maior fluência na leitura, a capacidade de produzir textos com mais autonomia, enfatizando a organização dos mesmos quanto à estruturação do parágrafo, pontuação, concordância entre as palavras, tornando o texto coerente e coeso. Além de aumentar nos alunos, seu senso crítico em relação às versões das histórias apresentadas, visto que a escola está inserida na zona rural do município, não muito distante do centro da cidade, um lugar calmo, tranqüilo de comunidade carente.
A turma de 2º ano de escolaridade ( 1ª série) que apresenta alunos com a faixa etária entre 7 e 12 anos, que na sua maioria chegou a série sem estarem alfabéticos, mas já alcançaram este nível.



FUNDAMENTAÇÃO

É importante ressaltar que o projeto gira em torno dos quatros eixos necessários à aquisição da língua escrita, tendo em vista as capacidades a serem desenvolvidas, e para que os alunos utilizem as variantes da leitura em situações sociais.
O trabalho aplicado buscou a familiarização com gêneros textuais, exigindo uma prática de leitura permanente intimidade como textos, possibilitando situações de oralidade.
Através do contato com diversos gêneros textuais, com análise das capas, construção do índice, possibilitou aos alunos a habilidade e conhecimento destes textos sociais, muito presentes no seu dia-a-dia na sala de aula.
Uma característica que vale a pena ressaltar, foi o trabalho com a intertextualidade, fazendo os alunos refletirem que existem textos com marcas e referências ao texto lido e trabalhado anteriormente.
Ainda convém lembrar que em todas as atividades de produção textual havia a leitura como instrumento para escrita, contribuindo para a construção de modelos (o que e como se escreve), visando como meta principal a constante revisão e estruturação dos textos, pois é preciso aprender a escrever, pensando como se escreve.
Ao possibilitar que os alunos avaliem seu próprio texto, relendo-o, o professor desenvolve neles uma atitude crítica em relação a sua produção e aprendizagem, fazendo-o refletir sobre o uso da pontuação, o emprego de diálogos, a concordância entre as palavras, o uso de elementos coesivos, evitando a repetição, marcas da oralidade, tornando o texto coerente.
Assim as convenções da língua ganham mais significado e serão aplicadas pelos alunos com mais facilidade, até que eles considerem seu texto satisfatório para o momento.

OBJETIVO GERAL

Desenvolver no educando a capacidade de produzir textos escritos adequados ao destinatário e ao contexto de circulação, dispondo de organização segundo os padrões de composição usuais na sociedade.

ETAPAS

· Leitura feita pela professora da história “Chapeuzinho Vermelho”
· Discussão do texto com os alunos, compreendendo, interpretando e identificando o gênero textual;
· Levantamentos de quais marcadores temporais podem aparecer;
· Leitura silenciosa de outros livros sobre a mesma história (atividade em grupo);
· Reescrita da história, com constante revisão pela professora;
Ilustração das histórias;
· Organização de um outro texto, onde os alunos receberam uma história em tiras e as colocaram de acordo com a seqüência dos fatos;
· Cada aluno atribuiu adjetivos aos personagens da história;
· Leitura de outras versões da história como: Chapeuzinho Amarelo (Chico Buarque), Chapeuzinho Vermelho de Raiva (Mário Prata) e o filme “Deu a louca na Chapeuzinho”;
· Análise das capas identificando os elementos que as compõe;
· Produção dos alunos de uma versão dessa história;
· Exposição oral das histórias criadas pelos alunos;
· Montagem de um livro com as versões e os recontos dos alunos;
· Ilustração da capa, montagem do índice;
· Doação dos livros para a biblioteca da escola.

AVALIAÇÃO

Foram grandes as expectativas em relação a este projeto e também grandes resultados, visto que na primeira etapa a maioria dos alunos não teve dificuldades de trabalhar em grupo, tanto na leitura, quanto na produção textual, quem ainda apresentava dificuldades na escrita teve oportunidade de dar suas contribuições para a construção do texto.
Em todo o momento foi colocado para eles, que era preciso muita atenção e cuidado ao escrever, pois outras pessoas iriam ler as histórias e precisaria estar clara para que elas entendessem.
Todos os alunos sem exceção demonstraram interessados em ouvir, em escrever e em colocar suas idéias. Por ainda estarem se apropriando do sistema de escrita alfabética e de todas as regras que a permeia. Foi natural constatar a resistência de alguns em construir a releitura da história, mas nada que o tempo e atividades que promovam esta construção não possam “resolver o problema”, mesmo porque foi a primeira vez que ousamos tanto!
Ao planejar as atividades, não encontrei dificuldades, já na execução aconteceram alguns imprevistos, como o nome já diz: “imprevistos” no qual foram fáceis de contorná-los.
Confesso que as surpresas ao longo desse trabalho foram muitas, alunos que superam expectativas, foram capazes de ir mais além, não esqueci seus rostos dizendo para mim que agora seriam autores, teriam seu próprio livro e que outras pessoas leriam suas histórias. Sinto-me realizada, hoje tenho certeza que quando o professor possui proposta clara e é consciente de sua responsabilidade nesse processo, tudo acontece, mesmo que o fruto desse trabalho seja em longo prazo.

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